Dois irmãos, uma lenda

Eu: E aí Bianca tá gostando de A Volta ao Mundo em 80 dias?
Bianca, minha sobrinha: Estou.
Eu: Em que parte está?
Bianca: Na parte que eles estão viajando.
Eu:????
Há três referências essenciais tiradas do livro de Julio Verne na construção dos personagens dos dois irmãos para o livro Passa lá em casa
Um delas é onde os dois personagens moram

Eu não nomeio os dois irmãos. Nunca pensei em um nome para eles. Pensei quando comecei a desenvolvê-los como um presente ao leitor. Algo que você pudesse acompanhar sem chegar muito perto, mas de forma íntima. Sabe-se que são dois cientistas renomados, que não acreditam, como muitos cientistas, em questões espirituais ou aquelas que a ciência não explica. Porém o que os move é justamente aquilo que a ciência não explica. Por incrível que pareça pensei em Oscar Niemeyer na composição de ambos. Por que Niemeyer? Devemos retornar a Brasília, mais especificamente a Catedral de Brasília. A questão é simples e pode se dizer que ao mesmo tempo complexa, como Deus ou qualquer assunto relacionado a Deus e Deuses, a fantasia e crenças.

A construção da Catedral iniciou em 1958 e em 1970 a inauguração. A coroa de espinhos feita de concreto se eleva aos céus em suas mais de 90 toneladas.

“Na entrada da igreja encontram-se as esculturas do italiano Alfredo Ceschiatti – Os Quatro Evangelistas, referindo-se a João, Lucas, Marcos e Mateus. Alguns dizem que esses eram os apóstolos preferidos de Oscar Niemeyer e, por isso, somente eles foram homenageados com as esculturas de quase 3 metros de altura. Outros, contudo, afirmam que os quatro apóstolos representados foram os que difundiram os ensinamentos de Jesus com os quatro evangelhos”.

“Ao lado, na torre do Campanário, ficam quatro sinos de tamanhos diferentes que foram doados pelo Governo da Espanha. Os sinos recebem os nomes de Santa MariaPintaNina e Pilarica, em homenagem às caravelas de Cristóvão Colombo”.

“Para ter acesso à nave da igreja é necessário seguir por uma rampa que segue pelo subsolo. Depois de percorrer o túnel escuro, o contraste com o interior claro e colorido proporcionado pelos vitrais da artista franco-brasileira Marianne Peretti é evidente — e surpreendente!”Anna Bárbara.

Oscar Niemeyer era ateu. Mesmo assim conseguiu reunir toda a simbologia que cabe ao cristianismo, catolicismo e a fé. Veja bem, ele tinha seus evangelistas preferidos. Antes de penetrar na catedral, passamos por um túnel escuro e subterrâneo para o choque da luz, dos anjos, do azul que saúda o visitante e em um funil que te arrebata para os céus.

Os dois irmãos não acreditam em Deus, mas observam com respeito as lendas, não seguem a ciência de forma cega, mas se ateiam a fatos que a ciência respondeu e responde de forma satisfatória e/ou certeira. A partir de determinados conceitos, vão em busca pelos cantos do mundo atrás de respostas.

A questão é simples, e está por toda parte, achar vestígios que a Arca de Noé realmente existiu.


Dilúvio: diversas narrativas sobre o mais universal dos mitos

Um dos fatores comuns de muitas civilizações em suas mitologias é o dilúvio universal, como aquele que a Bíblia retrata na história de Noé.

Em muitas culturas, o dilúvio trata-se de uma vingança dos deuses à raça humana por seu mau comportamento diante das leis divinas. Para os cristãos, por exemplo, a Bíblia conta como Deus puniu a humanidade, no livro de Gênesis.

A má conduta do ser humano fez com que Deus punisse a espécie humana inundando toda a Terra. O ser escolhido foi Noé e sua família. Então, ele deve perpetuar a espécie e ser o fundador de uma raça ou nação.

Dilúvio e a arca de Noé

Segundo a Bíblia cristã, Noé é avisado por Deus para construir uma arca onde ele deve introduzir um par de cada animal porque ele vai inundar a terra devido à maldade do homem.

Com efeito, Noé com sua esposa e filhos, entram na arca onde habitam durante a tempestade, que dura 40 dias e 40 noites.

Após o fim das chuvas, Noé e sua família selam um pacto com Deus e se instalam nos arredores do Monte Ararat, na atual Armênia.

Dilúvio em outras culturas

Dilúvio mesopotâmico de Gilgamesh

O conto bíblico vem de outro anterior e distante – o babilônico. Anteriormente, as religiões politeístas que governavam e dominavam o “Crescente Fértil” que incluía a Mesopotâmia, parte da Síria e Turquia, entre outros lugares.

Eles desenvolveram e expandiram a ideia de dilúvio universal no poema de Gilgamesh e suas variantes. Neste poema, os deuses puniram a humanidade, mas uma dica de outro deus menor salvou o ser humano.

Segundo o mito, o herói da história é Utnapishtim (o Noé do Poema de Gilgamesh). Utnapishtim conta como Ea (equivalente ao deus sumério Enki) o alertou sobre o plano dos deuses de destruir toda a vida através de um grande dilúvio e o instruiu a construir um navio no qual ele pudesse salvar sua família, seus amigos e sua riqueza e seus bens.

Após o dilúvio, os deuses se arrependeram de suas ações e tornaram Utnapishtim imortal.

Dilúvio na mitologia suméria

Os sumérios, nas tabuinhas de Nippur, falaram do dilúvio universal e criaram o primeiro herói sobrevivente desse desastre, Ziusudra. Os deuses, cansados ​​de seu barulho e comportamento, decidiram eliminar os humanos.

Contudo, Enki, criador do ser humano, recusou-se a permitir essa destruição entrando em contato com Ziusudra e ordenando que ele construísse um barco e se refugiasse com todas as espécies animais até o desaparece temporariamente e eles podem retornar à terra firme.

Dilúvio na mitologia persa

Na mitologia persa, o deus Ahura Mazda ordena que o primeiro homem, Jamshid, se esconda em uma caverna com seus melhores homens, animais e plantas, porque o mundo será destruído por um dilúvio por Ahriman, o deus do mal.

Díluvio na mitologia fenícia

Para os fenícios, a memória do dilúvio universal é muito vaga. Em suma, a história conta que os deuses Baal e Kusor devem concordar em consertar o céu e a terra a pedido de Aleyín (filho de Baal), então que não inundam a terra novamente.

Dilúvio na mitologia hindu

Nos Vedas hindus há a história de Manu, um rei da Índia, que é avisado por um avatar do deus Vishnu que assume a forma de um enorme peixe e ordena que ele construa um barco com o qual ele é salvo da destruição.

Curiosamente, nesta história do dilúvio, a água não vem das nuvens, mas é um dilúvio oceânico vindo do fundo do universo.

Dilúvio na mitologia grega

Na Grécia antiga também existe um mito do dilúvio pelo qual Zeus decide destruir a humanidade com um cataclismo baseado na água como punição por ter aceitado o fogo de Prometeu, ele avisa Deucalião e sua esposa Pirra para construir um barco e pode ser salvo do desastre.

O navio de Deucalião parou no monte Parnaso, onde o oráculo de Têmis ordenou que se atirasse pedras. As pedras lançadas por Deucalião tornaram-se homens e aquelas lançadas por Pirra tornaram-se mulheres.

Dilúvio na mitologia maia

Para os maias, o deus Uk’u’x Kaj decide acabar com a humanidade por meio de um dilúvio. Com efeito, este dilúvio universal significou um julgamento prévio, pois no futuro viria outro baseado no fogo.

Dilúvio na mitologia chinesa

Nas histórias da China, o deus maligno Kong-Kong derruba com a cabeça uma das colunas que sustentam a abóbada do céu, que é perfurada, e derrama milhões de litros sobre os habitantes do mundo, matando quase todos.

Hipótese histórica

Por fim, há também a hipótese de que as histórias de inundações globais foram inspiradas por observações antigas de conchas e fósseis de peixes em áreas interiores e montanhosas.

Os antigos gregos, egípcios e romanos documentaram a descoberta de tais vestígios nesses lugares; os gregos levantaram a hipótese de que a Terra havia sido coberta por água em vários momentos, citando conchas do mar e fósseis de peixes encontrados no topo das montanhas como evidência dessa ideia.

Edson Lorenzzo, inspirado no romance 20 mil léguas submarinas de Julio Verne, criou essa brinquedoteca para Casa Cor 2013;
Imagem em destaque do artista venezuelano Carlos Cruz Diez

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