Essa que é a mais importante obra da história da arte sempre foi motivo de muita especulação. Sigmund Freud interpretou ‘o sorriso’ como uma atração erótica subjacente de Leonardo para com a sua mãe; outros descreveram o sorriso como inocente, convidativo, triste ou mesmo lascivo. Os sorrisos de interpretação dúbia eram uma característica comum dos retratos durante o tempo de Leonardo.
O que se sabe sobre este que é considerado o maior artista do mundo ocidental? Aquilo que todos já sabem, aquilo que ninguém sabe. Mesmo considerando os maiores especialistas de Da Vinci no século XX, E.H. Gombrich e Martin Kemp. O mistério que permeia a vida de Leonardo serve para, além de outras coisas, levar à uma literatura na maioria das vezes rasa. Ou a um monte de perguntas com respostas vagas e sem certeza. Quem realmente pintou o quadro de Beatrice d’Este? Leonardo da Vinci ou Ambrogio de Predes? Para alguns a obra pode ser atribuída a Leonardo.
Sobre Bianca Sforza, ultimo trabalho que veio a publico creditado ao pintor, não resta duvidas a autoria é de Leonardo da Vinci. Para não deixar de ser Da Vinci a obra veio à tona com uma dose de mistério como não poderia deixar de ser. Sumida durante século até meados de século XIX.
Trazida a tona em 30 de Janeiro de 1998 pela casa de leilões Christie’s de Nova York. As informações eram de artista e modelo desconhecidos, provavelmente pintada na Alemanha no século XIX. As técnicas, crayon e nanquim sobre pergaminho em estilo renascentista. A obra foi arrematada pela galerista Kate Ganz no valor de 21. 850 dólares. Dez anos depois o quadro foi vendido a um colecionador canadense, Peter Silverman a preço similar. A galerista mencionou o nome mágico de Leonardo Da Vinci como influencia para o artista. Silverman desconfiou, não das palavras da galerista, mas e se a obra fosse do próprio Leonardo?
Há mais de 75 anos não se tinha noticias da descoberta de uma obra do pintor renascentista. Agora imagina você entrar numa galeria e sair com uma autentica pintura de baixo do braço que na verdade custa mais de 100 milhões de dólares?
O problema é que Leonardo nunca utilizou pergaminho em suas obras, fato que dificultava sua autentificação. Além daqueles já conhecidos como não assinar a obra. E onde ela estaria por esse 500 anos?
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Martin Kemp importante professor aposentado de Historia da Arte pela Universidade Oxford costuma receber em media duas ou mais obras do pintor ao redor do mundo. Tais pessoas que pedem para que o estudioso analise obras recém “descobertas”. Kepen os chama de “malucos por da Vinci”.
Quando recebeu por e-mail a obra digitalizada deu vontade de analisá-la de perto. Viajou até Zurique onde a obra estava guardada num cofre.
Kemp diz: “Quando vi, senti um arrepio, uma sensação de que estava diante de algo anormal”. Com a ajuda da empresa Lumiere Technology onde por meio de imagens multiespectrais analisou camada por camada até o esboço primordial da obra. A forma com que os fios de cabelos e áreas sombreadas foram pintadas. A mão canhota do pintor e a “inteligência em movimento” que segundo Kemp o quadro deve exprimir.
Vários outros estudos trouxeram a confirmação de que estavam diante de uma obra de Leonardo da Vinci. Dentre eles, analises do pergaminho para datação. O tipo de roupa usada na corte de Milão. Marcas de costura na borda da folha sugere que ele fez parte de um livro, mas quem era a modelo?
Kemp chegou ao nome de Bianca Sforza filha de Ludovico Sforza, duque de Milão. A princesa foi retratada aos 13 ou 14 anos e na época era casada com Galeazzo Sanseverino. Morreu alguns meses depois durante a gravidez.
Depois das analises Kemp e Pascal Cotte publicaram um livro sobre seus estudos. Foram duramente criticados, pois para alguns estudiosos a pintura não era de autoria de Leonardo da Vinci. De onde saíra o retrato que aparecera milagrosamente? Kemp não fazia ideia.
Um professor aposentado de História da Arte do Sul da Florida D.R. Edward Wright, mandou uma mensagem. A obra poderia pertencer ao livro Sforziada que pertence a Biblioteca Nacional de Varsóvia na Polônia. O livro foi para lá quando um membro da família Sforza casou-se com um membro da nobreza.
Martin Kemp deu o nome da obra de La Bella Pincepessa.
A respeito do que Kemp falou sobre uma obra de Da Vinci “inteligência em movimento”, sempre me pergunto, por que Leonardo Da Vinci nunca pintou Isabella d’Este?
Tela atribuída a Leonardo da Vinci apreendida na Suíça
Sabemos por meio da história que ela foi uma das maiores patronas das artes e do renascimento. Leonardo provavelmente pintou e procurou pintar Beatrice, considerada a menos inteligente das duas irmãs, será? Mais, que tipo de mulher Leonardo preferia pintar?
Leonardo fez poucos retratos, mas vou me ater nas musas que ele pintou.
Sabemos que Leonardo Da Vinci demorava em finalizar uma obra, isso quando finalizava. Muitas de suas obras estão inacabadas e muito se suplicou para que as terminasse. Sabemos também que o pintor preferia o invento, o estudo minucioso a pintar retratos, daí tão pouco dessas obras. O que não quer dizer que ele desprezava a pintura. Escreveu vários textos em protesto para que os pintores fossem incluídos nas profissões liberais. Esses textos depois foram reunidos sob o titulo de “Apologia da pintura”.
As milhares de paginas de seus manuscritos, grafados de trás para frente, que só podem ser lidos com ajuda de espelho, revelam o artista, o filosofo, o cientista, o literato, o profundo pensador, cujas intuições e preocupações apontam para campos do saber ainda inexplorados em seu tempo, fruto de vasta atividade empírica jamais igualada[1].
Conta a lenda que quando Andrea del Verrochio viu o anjo que da Vinci pintou para o quadro Batismo de Cristo se aposentou da pintura. Nessa obra que fora encomendada pela Irmandade de Vallombrosa teve também a colaboração de Botticelli. Obra esta executada na adolescência de Leonardo.